segunda-feira, 29 de outubro de 2012

PT e PSB saem das urnas com mais prefeituras e eleitores; PMDB recua

No balanço final da eleição de 2012, o PT e o PSB foram os partidos que mais ampliaram o número de prefeituras conquistadas e o contingente de eleitores a governar em relação a 2008. O PSD, em sua primeira disputa, obteve um lugar entre os maiores partidos, mas terá pouca influência nas cidades grandes.
O PMDB encolheu tanto em número de prefeituras quanto de eleitores. O PSDB elegeu menos prefeitos, mas praticamente manteve sua fatia do eleitorado. E o DEM manteve sua tendência de definhamento.
Principal vencedor da eleição, o PT conquistou prefeituras que, somadas, concentram 20% do eleitorado. Em 2008, as cidades petistas abrigavam 16% dos eleitores do País. Sem o triunfo em São Paulo, o partido teria até recuado no quesito eleitorado governado - sozinha, a capital paulista abriga pouco mais de 6% dos brasileiros com direito a voto.
Primeiros colocados no ranking do eleitorado, os petistas ficaram em terceiro no número de prefeitos eleitos, com 633. O fato revela que o PT ainda tem dificuldades para conquistar as pequenas cidades, seara na qual o PMDB é a legenda mais forte.
O PT elegeu quatro prefeitos de capitais neste ano, menos do que em 2008 (seis) e 2004 (nove), mas ampliou seu espaço no conjunto dos 83 municípios com mais de 200 mil eleitores, o chamado clube do 2.º turno. Nesse grupo, os petistas vão governar 30% do eleitorado - porcentual acima de sua média nacional.
Recuo. Não se pode dizer que o PMDB teve um resultado ruim nesta eleição - afinal, manteve o primeiro lugar no ranking dos prefeitos eleitos, com 1.025, e só ficou atrás do PT no do eleitorado a governar (17%). Mas o partido se saiu pior do que há quatro anos.
O principal recuo dos peemedebistas ocorreu no clube do 2.º turno. Em 2008, no grupo das cidades com mais de 200 mil eleitores, a legenda venceu em municípios que abrigavam 26% do eleitorado nacional. Agora, sua participação vai cair para 14%.
Mas a capilaridade do PMDB no interior impulsionará a legenda daqui a dois anos, quando serão eleitos os novos integrantes da Câmara dos Deputados. Há correlação direta entre o número de prefeitos e o de deputados eleitos, especialmente se as vitórias nos municípios não se concentrarem em poucos Estados. O PMDB elegeu prefeitos em todas as unidades da federação onde houve disputa, façanha só repetida pelo PT.
Salto. Destaque no 1.º turno, com a conquista de duas capitais de grande peso político - Belo Horizonte e Recife -, o PSB chega ao final da disputa com saldo positivo sob todos os aspectos, principalmente no número de eleitores a governar.
O partido presidido pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos - já citado como possível candidato a presidente em 2014 -, deve governar cerca de 11% do eleitorado a partir da posse dos novos prefeitos, em 2013. É um salto em relação ao porcentual obtido em 2008: 6%. Em número de prefeitos, o PSB avançou de 310 para 439.
Quase nanicos. Em termos comparativos, o DEM terá neste ano o pior desempenho de sua história. Vai eleger prefeitos que comandarão 5% do eleitorado, menos da metade que obteve há quatro anos. Mas 2008 foi um ano atípico para o DEM - o partido conquistou na época a capital paulista, com a reeleição de Gilberto Kassab.
O mesmo Kassab desestruturou as bases municipais do DEM ao criar o PSD, no ano passado, e atrair centenas de políticos de seu antigo partido. A nova legenda elegeu 496 prefeitos e governará 6% do eleitorado. No grupo das 83 maiores cidades, porém, sua influência será menor: governará apenas 3% dos eleitores. / DANIEL BRAMATTI, JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO, AMANDA ROSSI, DIEGO RABATONI E VITOR BAPTISTA

A CONSTRUÇÃO NAVAL ARTESANAL FACE À METAMORFOSE DO CAPITAL NA AMAZÔNIA: UM ESTUDO DOS CONSTRUTORES DE EMBARCAÇÕES DE MADEIRA NO ESTADO DO PARÁ


A CONSTRUÇÃO NAVAL ARTESANAL FACE À METAMORFOSE DO CAPITAL NA AMAZÔNIA: UM ESTUDO DOS CONSTRUTORES DE EMBARCAÇÕES DE MADEIRA NO ESTADO DO PARÁ

 

sábado, 27 de outubro de 2012

EU MESMO


EU MESMO

Sim eu sou um sonhador porque se assim não o fosse, não seria eu mesmo. Eu que nasci filho da história de muitos povos, de um povo gestado na força das ondas do Rio Tocantins: gigante, fabuloso, místico e límpido. Por onde navegavam todos os dias milhares de caboclos, ribeirinhos, extrativistas, nativos e migrantes, que montados em suas embarcações de madeira, ora sonhadores como eu mesmo, ora em busca do acesso de sua própria subsistência material, imaterial, descobrem a cada hora, a cada instante o prazer da vida, do desvendar da natureza desconhecida, do ser humano que daqui existe herdeiros de uma terra onde corre “leite e mel”, mapará, camarão, açaí e miriti.

Sim sou um sonhador porque se assim não o fosse não poderia amar. E se aprendi a amar é porque também desaprendi a odiar; a negar o diferente, o negro, o pobre, o migrante; o pertencente à outra religião, a outra visão política ou de outra condição.

Sim sou um sonhar e como tal, sou ciente de que pela minha própria essência humana sou capaz de mudar, transformar, tirar lições, aprender com o já caminhado, refazer direções e percorrer em caminhos ainda não trilhados...

Sim sou um sonhador, mas acredito que não estou só, pois em cada esquina de rua ou em cada dobrada de rio, terá sempre um miriense a sonhar, haverá sempre um filho da luta histórica a acreditar, que um dia brancos e negros, pobres e ricos, mulheres e homens, estarão lado a lado construindo uma nova civilização do amor.

Sim sou um sonhar, pois se deixarmos de sonhar é porque já não existimos como EU MESMO.

Edson Antunes

 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012