segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O LUGAR (CIDADE-REGIÃO) ONDE ESTAMOS


As transformações que ocorreram no território do Baixo Tocantins, uma sub-região tradicionalmente ribeirinha, em suas Cidades Ribeirinhas, são expressas com base na proposição de urbanização da sociedade que se realiza para além da forma espacial cidade e se materializa, igualmente, no campo. Trata-se de uma forma de urbanização que não se pauta em dados de população (urbanização da população), como sugere o IBGE, mas que por meio de expansão de objetos técnicos se difunde no território (urbanização do território), e principalmente se insere como modo de vida (urbanização da sociedade) e como prática cotidiana na sociedade.

Dentre as principais características dos municípios situados à jusante da UHE de Tucuruí, no rio Tocantins, destaca-se a natureza ribeirinha da população local, traduzida, igualmente, para o plano de sua organização espacial - herança de uma forma dendrítica de rede urbana -, a despeito de outras formas de circulação que mais recentemente passam a articular essas realidades locais ao restante da região. Na sua maioria recentemente emancipados e com forte influência da dinâmica das rodovias e da mobilidade da força de trabalho recém-chegada à região amazônica, os núcleos urbanos - cidades e vilas - situados à jusante, apresentam uma forte presença de populações tradicionais e de origem local que traduzem uma forte relação com o rio, não simplesmente por estarem localizados às margens deste, mas principalmente por apresentarem uma interação funcional (a exemplo da circulação fluvial), de subsistência material (fonte de recursos alimentares) e simbólica (imaginário sócio-cultural) (TRINDADE JR., 2003, apud: CARDOSO, 2005).

O lugar (cidade-região) a qual nos referimos é possuidor de uma historicidade e cultura de um local que ao mesmo tempo é urbano/rural, municipal/regional moderno e tradicional. A homogenização imposta pela economia de mercado tem buscado na "modernidade capitalista" a única e incontestável alternativa para o desenvolvimento das sociedades. Será que não poderemos ter outras alternativas? Qual nosso real potencial?

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