O professor Francisco de Assis Costa
em seus estudos sobre a história econômica da Amazônia, faz referência crítica
à historiografia econômica brasileira baseada em ciclos. Para Costa, nesse tipo de abordagem, para cada período
prevalece, explicando tudo, um “produto-rei”, popularizando por muito tempo,
uma história do Brasil que se comporia de um “ciclo do pau-brasil”, sucedido
por um “ciclo do açúcar”, em seguida o “ciclo do ouro”, etc. Essa visão teórica
e metodológica da história influenciou, também, a história econômica da
Amazônia, com uma produção relevante que realça um “ciclo das drogas do sertão”
ou, principalmente, o “ciclo da borracha”. A partir da década de 70 vastas
análises são produzidas divergindo dessa visão de ciclos por produto-rei. A
historiadora Maria Yedda Linhares, teve papel destacado nesse esforço,
argumentando que esse tipo leitura histórica obscurece os aspectos da realidade
que não estão relacionados, diretamente, com os produtos ou atividades
centrais, [que são] sempre aquelas voltadas para o mercado externo. Assim, some
da análise, quase sempre, os produtos e atividades ligadas ao abastecimento
interno, que são muito importantes para entender, realmente, o que se passou, ficando
de fora essa produção, some, também, as pessoas e estruturas por ela
responsável. Assim é acertado falar em momentos econômicos em que as diversas economias
amazônicas co-existem como a agricultura e o extrativismo.
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