segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

 

O professor Francisco de Assis Costa em seus estudos sobre a história econômica da Amazônia, faz referência crítica à historiografia econômica brasileira baseada em ciclos. Para Costa, nesse tipo de abordagem, para cada período prevalece, explicando tudo, um “produto-rei”, popularizando por muito tempo, uma história do Brasil que se comporia de um “ciclo do pau-brasil”, sucedido por um “ciclo do açúcar”, em seguida o “ciclo do ouro”, etc. Essa visão teórica e metodológica da história influenciou, também, a história econômica da Amazônia, com uma produção relevante que realça um “ciclo das drogas do sertão” ou, principalmente, o “ciclo da borracha”. A partir da década de 70 vastas análises são produzidas divergindo dessa visão de ciclos por produto-rei. A historiadora Maria Yedda Linhares, teve papel destacado nesse esforço, argumentando que esse tipo leitura histórica obscurece os aspectos da realidade que não estão relacionados, diretamente, com os produtos ou atividades centrais, [que são] sempre aquelas voltadas para o mercado externo. Assim, some da análise, quase sempre, os produtos e atividades ligadas ao abastecimento interno, que são muito importantes para entender, realmente, o que se passou, ficando de fora essa produção, some, também, as pessoas e estruturas por ela responsável. Assim é acertado falar em momentos econômicos em que as diversas economias amazônicas co-existem como a agricultura e o extrativismo.

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